Supremo Tribunal Avalia Denúncia contra Bolsonaro por ''Tentativa de Golpe''
- Jeferson dos Santos
- 21 de fev.
- 3 min de leitura

Hoje, as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro continuam a ser um tema central na mídia e nos tribunais brasileiros. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia formal contra Bolsonaro e 33 outros indivíduos por tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia inclui acusações de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.
Além disso, Bolsonaro enfrenta outras duas investigações: uma envolvendo suposta fraude em cartões de vacina contra a Covid-19 e outra relacionada à apropriação indevida de joias milionárias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita. A Polícia Federal (PF) concluiu que Bolsonaro e seus aliados teriam incluído informações falsas em um sistema do Ministério da Saúde para beneficiar o ex-presidente e seus auxiliares.
A defesa de Bolsonaro nega todas as acusações, afirmando que ele agiu dentro da lei e que os itens recebidos como presentes são de sua propriedade pessoal. O processo está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), onde os juízes decidirão se aceitarão a denúncia e como proceder com os casos.
A denúncia da PGR aponta que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que praticou atos nocivos contra a democracia e tinha um "projeto autoritário de poder". Os crimes atribuídos a Bolsonaro e seus aliados incluem liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
A investigação conduzida pela PF revelou que o grupo investigado avançou na execução de um plano com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Segundo o relatório, Bolsonaro "tinha plena consciência e participação ativa" nas ações clandestinas promovidas pelo grupo. Bolsonaro também tinha "deterioração de patrimônio tombado".
A defesa de Bolsonaro negou que ele tenha qualquer envolvimento com um plano golpista e disse estar estarrecida com as acusações. Os advogados argumentam que, por ter passaporte diplomático, Bolsonaro não precisava apresentar comprovante de imunização. A investigação apontou que o objetivo do grupo era burlar as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação da Covid-19.
A decisão sobre a denúncia será tomada pelo STF, que deve decidir se aceitará a denúncia e como proceder com os casos. O julgamento do mensalão, que envolveu dezenas de políticos há mais de uma década, levou seis anos desde o momento em que as acusações foram apresentadas até uma decisão final. Embora não seja impossível, "não se pode garantir quando o processo será finalizado", disse o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello. "O importante é que não se atropelem as normas e que o direito de defesa seja preservado".
Mercado financeiro depois da noticia:
A notícia sobre as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro teve um impacto significativo no mercado financeiro brasileiro. Aqui estão alguns dos principais efeitos observados:
1. Volatilidade Cambial: Houve uma maior volatilidade no câmbio, com o dólar flutuando bastante em relação ao real. Investidores buscaram refúgio em moedas mais seguras devido à incerteza política.
2. Ações Mais Estáveis: O Ibovespa, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, apresentou uma oscilação menor do que o esperado, fechando o dia estável após três sessões de alta.
3. Leilão de Títulos Públicos: Houve uma alta demanda por títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs), o que ajudou a enfraquecer o dólar frente ao real.
4. Percepção de Risco: A confiança dos investidores foi abalada, levando a uma possível retirada de capitais ou a uma postura mais defensiva no mercado.
5. Inflação e Juros: A incerteza política pode pressionar ainda mais a inflação no país, resultando em ajustes nas taxas de juros.
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