Trump e Rumble Processam Ministro Alexandre de Moraes: Novidades da Ação Judicial Internacional
- Jeferson dos Santos
- 6 de mar.
- 3 min de leitura

A disputa entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes, ganhou um novo capítulo em fevereiro de 2025, com a entrada de uma ação judicial internacional. A Trump Media & Technology Group, empresa responsável pela rede social Truth Social, e a plataforma de vídeos Rumble, ingressaram com uma ação contra Moraes nos tribunais dos Estados Unidos. A ação alega que o ministro brasileiro violou a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, ao ordenar a suspensão de contas de aliados de Bolsonaro, incluindo a de Allan dos Santos, influenciador de direita radicado nos EUA.
O Contexto da Ação
A ação foi movida após decisões judiciais de Alexandre de Moraes, como parte de suas investigações sobre a disseminação de fake news no Brasil, que resultaram na suspensão de várias contas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os alvos estava Allan dos Santos, um influenciador de extrema direita, que, após ser banido das redes sociais brasileiras, buscou refúgio nos Estados Unidos. Moraes determinou o bloqueio de sua conta nas plataformas digitais, o que gerou uma reação imediata das empresas responsáveis, especialmente do Rumble e da Truth Social.
O ponto central da ação é que Moraes, ao agir de forma autoritária sobre as contas de cidadãos fora do Brasil, estaria ultrapassando os limites da jurisdição brasileira, afetando diretamente direitos constitucionais dos cidadãos e empresas nos Estados Unidos. Trump e Rumble argumentam que o ministro brasileiro agiu de forma ilegal, tentando impor a legislação e as ordens judiciais brasileiras em território norte-americano.
A Repercussão nos EUA e no Brasil
O processo gerou grande repercussão, pois envolve não apenas questões jurídicas complexas, mas também um confronto entre a soberania brasileira e as liberdades protegidas pela Constituição dos EUA. A Trump Media & Technology Group, junto ao Rumble, pede ao tribunal dos Estados Unidos que anule as ordens de Moraes, argumentando que ele não tem autoridade para interferir em atividades digitais fora do Brasil, especialmente quando se trata de proteger a liberdade de expressão de cidadãos estrangeiros.
No Brasil, o caso foi interpretado como uma tentativa de intervir na política interna do país e questionar a independência do Judiciário. O governo brasileiro, por meio de suas autoridades, defendeu a legalidade das decisões do STF e a ação de Moraes no combate à desinformação, especialmente em um momento de crescente polarização política no Brasil.
Desafios e Implicações Jurídicas
Essa ação judicial não é apenas uma disputa sobre uma conta suspensa, mas também um teste para as leis que regem o funcionamento das plataformas digitais e os limites da liberdade de expressão na internet. Especialistas em direito internacional e digital apontam que o caso pode estabelecer um precedente importante sobre a jurisdição de tribunais nacionais em relação a empresas globais e cidadãos estrangeiros.
Além disso, o processo abre um debate sobre a crescente influência das grandes plataformas digitais na política global e o papel que os governos devem ter no controle de conteúdos prejudiciais ou falsos. A decisão do tribunal americano pode redefinir os limites de atuação de plataformas digitais em jurisdições externas, além de afetar as relações entre os dois países em questões de governança da internet.
O Futuro da Ação
Ainda não há previsão de quando a ação será julgada, mas os desdobramentos dessa disputa podem ter implicações significativas para o futuro da regulação de conteúdo digital e as interações entre governos em questões de soberania e direitos digitais. O desenrolar dessa ação será observado de perto, não apenas no Brasil e nos Estados Unidos, mas também por outros países que enfrentam desafios semelhantes em relação à regulamentação da internet e da liberdade de expressão.
A ação movida por Trump e a plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes segue sendo um caso emblemático, que transcende as fronteiras nacionais e representa um marco importante nas disputas jurídicas envolvendo a liberdade digital e a soberania nacional.
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